domingo, 9 de maio de 2010

Já sei de tudo

Sim, eu descobri tudo...
Fique a vontade para tirar a máscara do engano,
Ah confessa: está tudo o mundo contra mim...
Eu sei, é um complô.

Oh céus, por distração,
Perdi a reunião social na qual os destinos seriam decididos,
Pronto, decidiram por mim...
Pode rir, fique a vontade,
A minha desgraça é um gracinha, não é?
Mas, quem era o palhaço?
Porque isso eu não consegui descobrir até agora...

Todos dêem as mãos e prostrem-se
Que eu aplaudo...
A peça acabou,
A festa acabou,
O boneco de madeira criou vida...
Está diante dela, rogando: acabe, por favor.

Tudo passa
Levando consigo a minha morte
(a morte passa veloz e não me oferece carona)...
Mas, atenda o meu pedido, não é muito que lhe peço,
É nada, ou quase...
Quero apenas a simplicidade de uma morte
Ao fim de tarde
E não ter que acordar sempre ao início do dia,
Ao início da noite afoita.

Diga, diga tudo que eu já sei,
Porque eu já sei de tudo,
Estão se rindo de mim?
Ria,
Mas, não deixe que seus olhos velhos me façam envelhecer...
Todos contra mim,
Maquiáveis, Humes,
Meninas burras que conhecem inconscientemente,
Filósofos poetas e artistas plásticos,
Olhares vazios
Que aumentam ainda mais o medo de mim mesmo...

Surtei, junto com o mundo inteiro,
O ontem parou, olhou para mim, e passou...
São Pedro está com diarréia,
As vozes mudas fazem-se escutar de longe,
Mas, não diga nada.

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