quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Prateados

Eles andam devagar, olhando para o chão
Atendendo a um pedido das pernas
O branco dos cabelos não revela a idade
De mãos dadas, num passo único e lento
O casal de velhinhos desperta a minha inveja.

Como é passar 50 anos acordando
Com o mesmo olhar te olhando?
O mesmo sorriso depois de alguma bobeira?
De onde vem a vontade de ainda dar as mãos?

São anos de cumplicidade
Anos de não ser você, esse egoísta que nasceu
Achando que o mundo era seu
São anos de viver com o coração na mão alheia
E de preocupação quando o outro não chega logo.
Anos de confiança, de filhos
De almoços aos domingos, de netos no colo.

E depois de tudo isso ainda andar de mão dada.

Que seja assim comigo.
Intenso.

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