domingo, 24 de janeiro de 2010

Águas puras da Infância

Ferveram-se as águas de minha infância,
Submergiram nela
Insípidos ingredientes,
No recipiente raso e transbordante,
Caldo ralo acrescentado
Às raspas sonsas das cinzas pretas
No fundo do alumínio candente.

Iluminado pelo fogo azul
Do fogão branco amarelando-se,
Intercalando momentos-espaço,
Esparsos,
Apoiadores do processo incisivo
Dos pescoços recém-vivos.

Vivacidade impressiva
Das imprevistas
Ações distraídas,
Distorcida e remexida
Mente
Que dentro de si é doente,
Sem visita,
Nem presente.

E o quente caldo passado
Tomo
Com pressa
Adentro,
Para a enxaqueca caprichosa
Da mentirosa dama mental,
Enclausurada,
Usurada e intumescida infantil...
Explode...

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