Estou entregue
Ante as novas impressões
Que arrombam as minhas portas
E pousam leve no chão de minha consciência...
Minhas antigas concepções estão sendo defenestradas
Por desordeiras percepções,
Pela mesma janela-toda-aberta
Com que lanço meu novo olhar,
Trazidas pelo vento
Que ao mesmo tempo
Deixa comigo tudo o que rejeita,
Na incerteza ávida de seu passar...
Mudanças que me habitam,
Todas elas por arrumar a si mesmas.
Todas, particularmente, a se instalar
E estabelecer conexões entre suas vizinhas indesejadas,
Aturadas graças à raiz única de seus propósitos.
Vivendo, qual fantasma uma das outras,
A lutar pela mansarda abandonada,
Tendo plena inconsciência de estar lutando
Por ruínas de um jazigo,
Arrombando a porta irreal
Que jaz ao chão
E encontrando um solo concreto...
Mas o que realmente eu queria falar
Eram coisas reais...
Como a encruzilhada abstrata
Da qual vejo os caminhantes passar.
Olhando o retardado desejo e, adiante,
O futuro afoito
Ao qual alcanço com o olhar,
Ao longo de um percurso infinito
Lanço-me ao futuro
Esperando o desejo presente na linha de largada,
Que é a mesma da chegada sem fim...
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