sábado, 27 de fevereiro de 2010

O quê?

O quê me resta dizer
Numa noite tão sentida?
Numa noite voraz
Que jubila o seu pesar
Vestida de morcegos cegos...

Resta-me algo, não nego.
Mas a cegueira da lucidez
Impede-me de ver
As luzes claras e regulares.
Ante ao cristal quebrado
Grito, brado, o meu despedaçar...

E os gritos invisíveis
Misturam-se ao urro da noite calada
Que, alada, voa em meus sonhos acordados,
Impregnados de um cansaço espertino.

Junto ao sereno que cai
Desmaia o noturno
Nos braços da manhã.

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