Andei revirando papéis velhos
em busca de inspiração
consegui alguns espirros
e encontrei um coração
Aprisionado numa carta
tão agradável paixão
de alguém que algum dia
amava outrem sem coração.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
tempo.
O primeiro momento é experimentação
pra ver se combina tudo
pele, beijo, toque
é aquela ânsia de ter um complemento
no corpo do outro, de se fazer completo
numa metade que não é sua
se é que isso é possível.
Vendo se os abraços se encaixam
se o afago no cabelo é tão bom quanto você pensava
se é possível dormir ouvindo aquela respiração
aquele calor vindo do corpo do lado
velando teu sono, te olhando do travesseiro vizinho
Depois de todas as reações químicas e físicas
provadas e aprovadas
é só curtir um ao outro
vão se gastando, se encaixando
as engrenagens vão se acertando cada vez mais
tudo corre bem como num cuco suíço.
Já se entendem numa olhada
já se desejam numa passada
já procuram um ao outro com as mãos
no escuro do quarto
já são cúmplices,
de algo que um, nunca pediu ao outro que fosse
se entregaram na cumplicidade.
pra ver se combina tudo
pele, beijo, toque
é aquela ânsia de ter um complemento
no corpo do outro, de se fazer completo
numa metade que não é sua
se é que isso é possível.
Vendo se os abraços se encaixam
se o afago no cabelo é tão bom quanto você pensava
se é possível dormir ouvindo aquela respiração
aquele calor vindo do corpo do lado
velando teu sono, te olhando do travesseiro vizinho
Depois de todas as reações químicas e físicas
provadas e aprovadas
é só curtir um ao outro
vão se gastando, se encaixando
as engrenagens vão se acertando cada vez mais
tudo corre bem como num cuco suíço.
Já se entendem numa olhada
já se desejam numa passada
já procuram um ao outro com as mãos
no escuro do quarto
já são cúmplices,
de algo que um, nunca pediu ao outro que fosse
se entregaram na cumplicidade.
sábado, 28 de agosto de 2010
Somos só nós
Somos universos paralelos em confronto,
o encontro cósmico que o instante segreda...
Não buscamos pessoas,
buscamos a certeza na incerteza dos gestos
ante ao espelho.
O que sou semeio em outros
e, a mim, me vejo como um fora sem meio,
sem medo nem ponto fixo ou segredo,
oculto como o mistério por baixo das folhas
e das cores das flores,
como o movimento despropositado que circunda a existência,
como um todo partido, estilhaço
e me dissolvo na flacidez do pensamento,
qual murcha flor dilatada e sem tempo para morrer.
o encontro cósmico que o instante segreda...
Não buscamos pessoas,
buscamos a certeza na incerteza dos gestos
ante ao espelho.
O que sou semeio em outros
e, a mim, me vejo como um fora sem meio,
sem medo nem ponto fixo ou segredo,
oculto como o mistério por baixo das folhas
e das cores das flores,
como o movimento despropositado que circunda a existência,
como um todo partido, estilhaço
e me dissolvo na flacidez do pensamento,
qual murcha flor dilatada e sem tempo para morrer.
Su realismo, mi realidad
É que a realidade surrealizou-se,
a mente compreende agora
o sentido do que não-é,
incorporado a existencia do acontecer...
a mente compreende agora
o sentido do que não-é,
incorporado a existencia do acontecer...
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Tudonumacoisasó.
Cantores de uma música
Artistas de um só ato
Músicos com uma composição
Pintores com um só quadro
O ápice criativo transferido para apenas uma obra?
Ou seria o contrário?
A mediocridade de um único lapso de criação de uma mente?
Palhaços de uma só piada
Escritores com apenas um livro
Filósofos com uma só reflexão
Subcelebridades com apenas um bordão
Tudo que tem se resume numa frase
Num gesto, num impulso
Poetas com um só poema
Jogador com apenas um blefe
Cigana com só um discurso
Malucar com apenas um cacoete.
Nada mais os empolga
Nada aguça mais seu senso criativo
Fadados ao fracasso? Talvez.
Artistas de um só ato
Músicos com uma composição
Pintores com um só quadro
O ápice criativo transferido para apenas uma obra?
Ou seria o contrário?
A mediocridade de um único lapso de criação de uma mente?
Palhaços de uma só piada
Escritores com apenas um livro
Filósofos com uma só reflexão
Subcelebridades com apenas um bordão
Tudo que tem se resume numa frase
Num gesto, num impulso
Poetas com um só poema
Jogador com apenas um blefe
Cigana com só um discurso
Malucar com apenas um cacoete.
Nada mais os empolga
Nada aguça mais seu senso criativo
Fadados ao fracasso? Talvez.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Farofa (eu acho que pode ser esse o título!)
A vizinhança dos meus avós,
E de mais gente,
É maluca que só.
Mas tem uma vizinha
Que é mais especial.
Felpuda e malhada,
Originada no mundo animal.
Há pouco corria na rua,
Livre e desimpedida,
A Nicolau é sua,
Ponto de chegada e partida.
Não sei bem de quem ela é,
Sei que tem dono,
Porque tem nome e coleira,
Seu nome é Farofa,
Farofa da Silva Siqueira!
Ela é amiga do gato Zé,
Que como o nome,
É astuto e deu no pé.
Devo no poema citar,
A Ida Maria,
Que os trata,
E dá amor de cortesia.
Outro morador não vi,
Só sei que mora aqui,
Por cumprimento trivial.
Mas não garanto procedência,
E nem valor igual.
Esse poema é da Amanda, ela fez pra minha amiga canina Farofa!
A história é assim, os avós dela moram aqui perto de casa, e um dia ela veio visitá-los e a esperta Farofa havia fugido. Não sei como as duas se encontraram na rua, rolou uma química e até poema. Vamos ver onde isso vai dar então!
Ela fala mal de mim, mas dessa vez eu vou perdoar.
E de mais gente,
É maluca que só.
Mas tem uma vizinha
Que é mais especial.
Felpuda e malhada,
Originada no mundo animal.
Há pouco corria na rua,
Livre e desimpedida,
A Nicolau é sua,
Ponto de chegada e partida.
Não sei bem de quem ela é,
Sei que tem dono,
Porque tem nome e coleira,
Seu nome é Farofa,
Farofa da Silva Siqueira!
Ela é amiga do gato Zé,
Que como o nome,
É astuto e deu no pé.
Devo no poema citar,
A Ida Maria,
Que os trata,
E dá amor de cortesia.
Outro morador não vi,
Só sei que mora aqui,
Por cumprimento trivial.
Mas não garanto procedência,
E nem valor igual.
Esse poema é da Amanda, ela fez pra minha amiga canina Farofa!
A história é assim, os avós dela moram aqui perto de casa, e um dia ela veio visitá-los e a esperta Farofa havia fugido. Não sei como as duas se encontraram na rua, rolou uma química e até poema. Vamos ver onde isso vai dar então!
Ela fala mal de mim, mas dessa vez eu vou perdoar.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Suspiro no hospício
De um lado um louco grita
Quer de volta seu caranguejo
Preso, entre suas mãos
Tinha um belo azulejo.
No outro corredor
Um paranóico amarelo grita
Grita que sente um tremor: Terremotooo!
- Alguém me espreita na janela
Cochichava ela.
Nem pessoa, nem fantasma
Era um mero elevador.
Um sentado
Tentando ganhar um carteado
De si mesmo.
Outro se vê preso numa pergunta
Praticamente sem solução.
De que cor realmente era a pele do Cascão?
Um suspiro lá no fundo
No último quarto
Retrata um ato.
Naquela sala
Nua, de tão distinta alvura
Se destaca uma figura.
Era um louco de paixão.
Dizem que veio sem pressão
Internou-se de própria vontade.
Queria esquecer o que já não lembrava
Os remédios já lhe faziam
Vegetar como uma alga
Mas a cada noite, na hora da novela
Se pegava ali num canto
Chorando, suspirando sem saber por que
De certo pensando nela.
Quer de volta seu caranguejo
Preso, entre suas mãos
Tinha um belo azulejo.
No outro corredor
Um paranóico amarelo grita
Grita que sente um tremor: Terremotooo!
- Alguém me espreita na janela
Cochichava ela.
Nem pessoa, nem fantasma
Era um mero elevador.
Um sentado
Tentando ganhar um carteado
De si mesmo.
Outro se vê preso numa pergunta
Praticamente sem solução.
De que cor realmente era a pele do Cascão?
Um suspiro lá no fundo
No último quarto
Retrata um ato.
Naquela sala
Nua, de tão distinta alvura
Se destaca uma figura.
Era um louco de paixão.
Dizem que veio sem pressão
Internou-se de própria vontade.
Queria esquecer o que já não lembrava
Os remédios já lhe faziam
Vegetar como uma alga
Mas a cada noite, na hora da novela
Se pegava ali num canto
Chorando, suspirando sem saber por que
De certo pensando nela.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Nosso.
Quero comprar uma
bicicleta pra dois
Te ver brava comigo
por queimar o arroz
A gente pede uma pizza
e viajamos pra Abrolhos
Tu me explica sobre Freud
eu te como com os olhos.
repostagem.
bicicleta pra dois
Te ver brava comigo
por queimar o arroz
A gente pede uma pizza
e viajamos pra Abrolhos
Tu me explica sobre Freud
eu te como com os olhos.
repostagem.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Que (talvez) exista a vida
Tem pólvora nas mãos do assassino
tem pólvora no cigarro do suicida,
de suas mãos exala o cheiro da morte, disfarçada em vida.
tem pólvora no cigarro do suicida,
de suas mãos exala o cheiro da morte, disfarçada em vida.
domingo, 15 de agosto de 2010
Tume
Tu me apetece
Me enlouquece
Me padece.
Tu me intriga
Me fascina
Me “beijo me liga”.
Tu me ignora
E outrora
Tu me adora.
Tu me pede arrego
E eu me apego
A esse teu ego.
Me enlouquece
Me padece.
Tu me intriga
Me fascina
Me “beijo me liga”.
Tu me ignora
E outrora
Tu me adora.
Tu me pede arrego
E eu me apego
A esse teu ego.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Receita de bolo.
Eu queria fazer uma canção
que falasse do coração
sobre amores baratos
amores em promoção
sem nenhuma razão
dor engraçada
talvez o tempo
o vento
te trague
para eu nunca mais
me veja pensando em você
seria o meu melhor te ter
esperar, para não sofrer
rimar para não doer
abrir mais um cigarro
para ver na janela passar
8 dias por semana
em noites tão belas
quantos coraçoes partidos para se contemplar
e com toda a dedicação
eu desejo
uma canção
mais uma canção para te esperar.
Madrugadas inspiradoras andam acontecendo na casa do meu amigo Emilio, postei em meu nome, mas a letra é dele. Isso porque eu mandei um convite a dois anos e ele nem aceitou. Tá, tu tem mais um chance, a próxima será você quem vai postar!
Valeu Emilio!
que falasse do coração
sobre amores baratos
amores em promoção
sem nenhuma razão
dor engraçada
talvez o tempo
o vento
te trague
para eu nunca mais
me veja pensando em você
seria o meu melhor te ter
esperar, para não sofrer
rimar para não doer
abrir mais um cigarro
para ver na janela passar
8 dias por semana
em noites tão belas
quantos coraçoes partidos para se contemplar
e com toda a dedicação
eu desejo
uma canção
mais uma canção para te esperar.
Madrugadas inspiradoras andam acontecendo na casa do meu amigo Emilio, postei em meu nome, mas a letra é dele. Isso porque eu mandei um convite a dois anos e ele nem aceitou. Tá, tu tem mais um chance, a próxima será você quem vai postar!
Valeu Emilio!
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Sobre um vivente.
Sobrevivo dos restos de amor e dos cacos de diálogos
que chegam até mim como bitucas de cigarro no chão
Sobrevivo das raspas de carinho e das migalhas de atenção
que poucas vezes me dão, quando dum lado entro em auto combustão
Sobrevivo com meio copo diário de um olhar animador qualquer
com uma colher de sopa de auto estima
Sobrevivo com uma pitada de fé
por vezes cega, outras, vulnerável até demais
Sobrevivo com um prato de alegria e uma porção grande de sorrisos
vivo dos restos de sentimentos que tantos jogam fora, pego-os ao chão
sou engraxate da saudade, triste, lustro seus sapatos pretos
Sobrevivo dos meus sonhos guardados em garrafas térmicas
mantendo-os quantes e tomando uma xícara diariamente
Sobrevivo dos resquícios de tesão, e dos entrelaçados fios de amizade
finos, porém, fortes e até duráveis
Sobrevivo quase sozinho, com a minha independência
aparente independência
que necessita a todo momento de um muro de calor humano
Sobrevivo, apenas sobre um vivente.
andei revirando papéis velhos em busca de inspiração.
que chegam até mim como bitucas de cigarro no chão
Sobrevivo das raspas de carinho e das migalhas de atenção
que poucas vezes me dão, quando dum lado entro em auto combustão
Sobrevivo com meio copo diário de um olhar animador qualquer
com uma colher de sopa de auto estima
Sobrevivo com uma pitada de fé
por vezes cega, outras, vulnerável até demais
Sobrevivo com um prato de alegria e uma porção grande de sorrisos
vivo dos restos de sentimentos que tantos jogam fora, pego-os ao chão
sou engraxate da saudade, triste, lustro seus sapatos pretos
Sobrevivo dos meus sonhos guardados em garrafas térmicas
mantendo-os quantes e tomando uma xícara diariamente
Sobrevivo dos resquícios de tesão, e dos entrelaçados fios de amizade
finos, porém, fortes e até duráveis
Sobrevivo quase sozinho, com a minha independência
aparente independência
que necessita a todo momento de um muro de calor humano
Sobrevivo, apenas sobre um vivente.
andei revirando papéis velhos em busca de inspiração.
Mais uma poesia sem nome.
Tenho tantas curiosidades sobre ti
Mas não quero saber agora
Quero descobrir aos pouquinhos
Pelos acasos da vida
Pelos destinos cruzados
Pelos sussuros no ouvido
Quero que mude-me
Quero ser mudado
Conversar horas sem ter um motivo
entrelançando beijos e risos
jogar conversa fora
pelo simples fato de conversar contigo
Queria ser poeta e eternizar esses momentos
aprendendo e desaprendendo
é realmente o que eu sempre te digo
Pego o violão, faço cara de vilão
mas esqueço a letra da música na tua frente,
desconfio que seja esse olhar.
essa é uma repostagem, gosto muito dessa, fiz há muito tempo.
Acho isso muito legal na poesia, ela é atemporal, depende muito do momento.
Mas não quero saber agora
Quero descobrir aos pouquinhos
Pelos acasos da vida
Pelos destinos cruzados
Pelos sussuros no ouvido
Quero que mude-me
Quero ser mudado
Conversar horas sem ter um motivo
entrelançando beijos e risos
jogar conversa fora
pelo simples fato de conversar contigo
Queria ser poeta e eternizar esses momentos
aprendendo e desaprendendo
é realmente o que eu sempre te digo
Pego o violão, faço cara de vilão
mas esqueço a letra da música na tua frente,
desconfio que seja esse olhar.
essa é uma repostagem, gosto muito dessa, fiz há muito tempo.
Acho isso muito legal na poesia, ela é atemporal, depende muito do momento.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Menina moça
Casou com uma menina moça
Sem se importar com a meninice
Ele próprio
Menino também
De tudo
Já sabia diferenciar o que gostava
Do que não
E ela também.
Tinha vontade de engolir o mundo
Mas sabia que o mundo
É que nos engole.
Era entregue de todo coração
Pra sua menina moça.
Simples e astuto
Ela assim o admirava
Vaidosa e inteligente
Ele assim a amava
Eram felizes
Se estivessem juntos
E parassem de sonhar
Saberiam que assim seriam.
Sem se importar com a meninice
Ele próprio
Menino também
De tudo
Já sabia diferenciar o que gostava
Do que não
E ela também.
Tinha vontade de engolir o mundo
Mas sabia que o mundo
É que nos engole.
Era entregue de todo coração
Pra sua menina moça.
Simples e astuto
Ela assim o admirava
Vaidosa e inteligente
Ele assim a amava
Eram felizes
Se estivessem juntos
E parassem de sonhar
Saberiam que assim seriam.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Cristovão.
Cara, eu gosto muito de conversar com pessoas diferentes, que tem coisas interessantes pra me contar. São pessoas que passam poucos minutos comigo, mas que me marcam e que sempre me ensinam alguma coisa. Geralmente acontece isso quando estou no trabalho. Chega um cliente pede o que quer, e a conversa rola, passando já para o lado pessoal. Bem, nunca faço muitas perguntas com medo de ser intrometido e chato, mas sempre que posso, gosto de conversar sobre o que a pessoa quer falar, independente do quê. É só conversa, e isso nunca matou ninguém.
Aconteceu essa tarde uma coisa assim. Chegou um senhor, digo senhor pelo respeito, mas seu espírito devia ter uns 18 anos, fisicamente tinha uns 55 por aí.
Tá, vou descrevê-lo pra vocês terem idéia de quem eu estou falando. Alto, gordo, moreno, cabelo curto, na voz tinha o timbre do Tim Maia, o que preenchia o ambiente como se fosse uma ventania. Simpaticíssimo, muito mesmo! Veio comprar uma lente para seus óculos, e como a conversa se prolongou, ficou bem uma hora sentado contando um pouco da sua vida.
O melhor de tudo era sua visão,(mais um trocadalho do carilho mesmo) (tá, agora tu me fala: o cara vai numa ótica e o melhor dele é a visão) digo da vida, ele contou que era vendedor, acho que daí já se sabe porque tinha tamanha simpatia e lábia. Contou que fez uma cirurgia na perna, que quase a perdeu, que jogou futebol como profissional por oito anos, que morou em Sampa, Rio, Bahia e o diabo a quatro, que sobreviveu a uma infecção com quatro bactérias, que achava a os sistemas elétricos baseados no sistema sanguineo, de artérias e veias (essa observação me fez perder mais meia hora pensando sobre) que tinha uma irmã com a pressão arterial a 27! Que ela tinha sofrido 12 derrames e ele a achava Campeã Olímpica de Derrames, e falava sobre isso na maior naturalidade, enfim, o cara era um contador de histórias bem aqui na minha frente. É provável que eu jamais o veja novamente, dele só sei o nome que por sinal combinou muito: Cristovão! Cara, que nome perfeito para a pessoa. Ele era a personificação do nome Cristovão, alto, vozeirão, meu, que pira, já tô viajando muito. Eu e as palavras.
No final se despediu, não levou a lente, mas a conversa me valeu a tarde. Pessoas assim alegram meu dia, acho que não só o meu. Por onde passam deixam um rastro, uma inspiração.
Tem outro caso, uma senhora de São Paulo que veio pra cá, mas isso é pra outro post.
E assim vou me formando. Acredito que somos feitos de pequenos pedaços que vão se juntando ao longo da vida.
Seu Cristovão, obrigado pela conversa.
Aconteceu essa tarde uma coisa assim. Chegou um senhor, digo senhor pelo respeito, mas seu espírito devia ter uns 18 anos, fisicamente tinha uns 55 por aí.
Tá, vou descrevê-lo pra vocês terem idéia de quem eu estou falando. Alto, gordo, moreno, cabelo curto, na voz tinha o timbre do Tim Maia, o que preenchia o ambiente como se fosse uma ventania. Simpaticíssimo, muito mesmo! Veio comprar uma lente para seus óculos, e como a conversa se prolongou, ficou bem uma hora sentado contando um pouco da sua vida.
O melhor de tudo era sua visão,(mais um trocadalho do carilho mesmo) (tá, agora tu me fala: o cara vai numa ótica e o melhor dele é a visão) digo da vida, ele contou que era vendedor, acho que daí já se sabe porque tinha tamanha simpatia e lábia. Contou que fez uma cirurgia na perna, que quase a perdeu, que jogou futebol como profissional por oito anos, que morou em Sampa, Rio, Bahia e o diabo a quatro, que sobreviveu a uma infecção com quatro bactérias, que achava a os sistemas elétricos baseados no sistema sanguineo, de artérias e veias (essa observação me fez perder mais meia hora pensando sobre) que tinha uma irmã com a pressão arterial a 27! Que ela tinha sofrido 12 derrames e ele a achava Campeã Olímpica de Derrames, e falava sobre isso na maior naturalidade, enfim, o cara era um contador de histórias bem aqui na minha frente. É provável que eu jamais o veja novamente, dele só sei o nome que por sinal combinou muito: Cristovão! Cara, que nome perfeito para a pessoa. Ele era a personificação do nome Cristovão, alto, vozeirão, meu, que pira, já tô viajando muito. Eu e as palavras.
No final se despediu, não levou a lente, mas a conversa me valeu a tarde. Pessoas assim alegram meu dia, acho que não só o meu. Por onde passam deixam um rastro, uma inspiração.
Tem outro caso, uma senhora de São Paulo que veio pra cá, mas isso é pra outro post.
E assim vou me formando. Acredito que somos feitos de pequenos pedaços que vão se juntando ao longo da vida.
Seu Cristovão, obrigado pela conversa.
domingo, 8 de agosto de 2010
Revelações de um futuro pai.
Quero ter duas filhas
Uma chamada Margô e outra chamada Sofia
E se nascer menino
Só não o chamo Valdevino
Quero um nome curto tipo Léo
Quero brincar, ensinar
Fazer cócegas
E quando levar o primeiro tombo
De bicicleta quero estar junto
Quero levar na casa da avó
Pra ser tratado a pão de ló
E no colo do avô
Descobrir o que é o amor
Nessas horas suspiro um ai
Como deve ser bom ser um pai.
pro dia dos pais né.
Uma chamada Margô e outra chamada Sofia
E se nascer menino
Só não o chamo Valdevino
Quero um nome curto tipo Léo
Quero brincar, ensinar
Fazer cócegas
E quando levar o primeiro tombo
De bicicleta quero estar junto
Quero levar na casa da avó
Pra ser tratado a pão de ló
E no colo do avô
Descobrir o que é o amor
Nessas horas suspiro um ai
Como deve ser bom ser um pai.
pro dia dos pais né.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Insônia
Último gole d’água
Procuro imaginar formas
Para as luzes refletidas no teto
Que vem de fora
Vem da rua
Alguém puxa meu sono
Insônia
Penso num café
Num cigarro
Encontro um elefante no forro
Me volta a sensação
De mais alguém no quarto
Acendo a luz,
Olho embaixo da cama
Marilyn me observa atenta
Do quadro ao lado
Troco de lado
Talvez resolva e me acalme
Cinco noites sem dormir
Procuro desenhos no teto
E um pouco de sono também.
Procuro imaginar formas
Para as luzes refletidas no teto
Que vem de fora
Vem da rua
Alguém puxa meu sono
Insônia
Penso num café
Num cigarro
Encontro um elefante no forro
Me volta a sensação
De mais alguém no quarto
Acendo a luz,
Olho embaixo da cama
Marilyn me observa atenta
Do quadro ao lado
Troco de lado
Talvez resolva e me acalme
Cinco noites sem dormir
Procuro desenhos no teto
E um pouco de sono também.
domingo, 1 de agosto de 2010
Cabeça
Isso tudo é muito confuso
eu surto, eu grito, eu pulso
acorde-me, grita-me, me chame
não me deixe cair no que mais me assusta
no que mais me causa repulsa
sei que sozinho eu não consigo
me dê a mão, me dê razão
me dê Sonhos!
pra eu não lutar em vão.
eu surto, eu grito, eu pulso
acorde-me, grita-me, me chame
não me deixe cair no que mais me assusta
no que mais me causa repulsa
sei que sozinho eu não consigo
me dê a mão, me dê razão
me dê Sonhos!
pra eu não lutar em vão.
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