quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Final de uma poesia não escrita

Começando de novo e sempre
O que nunca acabo,
Levando a cabo o que nem comecei.

Eu, partidário inativo de uma moral qualquer,
Defensor contraditório de metafísicas inefáveis.
Eu, vedando o dia nas cortinas claras de meu quarto,
Deixando vazar a poesia pelos buracos sintáticos,
Poros que absorvem as representações sensíveis
Nas virgulas aleatórias que antecipam o porém...

Quero a poesia obscura que a noite cala.
A noite cai,
Meia noite em cada metade partida pela queda...
Duas, três, quatro horas que o tempo engole...
Cinco seis cigarros,
Mais um trago, mais um gole de aguardente.
E como ardem as águas
Num desejo de fim de noite,
E como apagam o fogo essas águas que passam.

Pronto... Amanheceu a noite inteira,
Clareando o céu da noite que morreu...
Demônios no paraíso, preguiça para café da manhã.

Um comentário: